Começo a perceber exteriormente - sim, porque conscientemente creio já o saber há muito - que esta coisa de nunca dizer não, colocar-me sempre ao dispor de outros, tomar como uma das prioridades na vida o respeito pelo próximo se está não só a tornar incómodo e inconveniente como se está a virar contra mim.
De que vale uma vida inteira de educação de valores de respeito e altruísmo, uma vida inteira de falsos moralismos - socialmente falando - se quando chega a hora de receber de nada serve?
Tanta preocupação e falta de egoísmo para no fim o quê?
Levar um não?
De que vale antecipadamente falar das coisas, efectuar pedidos?
Para se esquecerem?
Já começam a ser muitas coisas... Já é muito tempo assim.
Se há coisa que nunca percebi é por que motivo tem uma pessoa que justificar, pedinchar ou insistir para que a outra parte compreenda o ponto de vista.
Quem não chora não mama, dizem. Ridículo!
É preciso isso tudo? Porquê? Para quê?
Pois chorar não vou chorar quando as circunstâncias o não exigem!
Está definitivamente na altura de deixar de ser o otário/sensível (sim, porque vendo bem, têm a mesma significação), aquele que se antecipa ao próprio sentimento do próximo estendendo a mão ainda antes de esta ser pedida.
Até porque já não tenho nem idade nem a minha auto-estima está para aí virada.
E porque por mais que me digam o contrário, vou percebendo que os "bons" são outros (e isto já dava para um outro texto).
E se podia ter escrito isto à conta de muita gente, faço-o precisamente por quem não quereria nem pensaria nunca fazer...
Ou muito me engano ou lá irá o justo pagar pelo pecador.
Always learning...
Nota: Não me interpretem mal, se há coisa que nunca tive o hábito de fazer quando me queixo é atribuir as culpas a outrem. Sei que em todo e qualquer caso ou situação a culpa é sempre minha.
PS: O tempo está uma bosta? A temperatura não, por isso levo como companhia um livro e vou até à praia...
9 comentários:
clap clap clap... tás a acordar pá vida!
Acho que todos temos um momento de clarividência em que tomamos consciência de que estamos "sós"... e só podemos contar verdadeiramente com nós mesmos.
Não quer dizer que não haja quem nos ajude, nos alente, nos acarinhe... mas não devemos estar em momento algum à espera disso.
E ODEIO isso do quem não chora não mama, ou o mais vale cair em graça que ser engraçado... porra, ditados populares da tanga!! :s
Have a nice time at the beach. ;)
*
Treze,
Não tem de ser sempre assim. Como em tudo, há quem mereça e quem não mereça. É verdade que são mais os segundos que os primeiros, mas mesmo assim não se pode desistir. Temos apenas de ser mais cuidadosos.
Treze, Treze, como eu te compreendo :(
É preciso aprender a dizer não, a fazer sentir aos outros que, apesar de estarmos lá quando eles precisam, também somos humanos e de quando em vez também nós precisamos.
Quando estamos sempre disponíveis, porque somos simpáticos, há muita gente que passa a ter isso como certo, como uma obrigação da nossa parte e não como um gesto de simpatia. Mas quando isso acontece, aí meu amigo, tens toda a razão... a culpa passa a ser nossa.
Boa praia e boa leitura :)
"Descansa, com o tempo aprende-se a distinguir as situações que merecem intervenção das que não valem a pena..."
Isto foi o que me respondeste a um texto, vais ter de fazer o mesmo.
E mais uma coisa força para HOJEEEEEEEE
Treze, continuo com as "good vibrations" apontadas para ti ;)
Boa Sorte! Muita, muita, muita ;)
Ginger:
Sem dúvida. Mais do que ninguém vejo isso bem claro, que só podemos mesmo contar connosco (há ainda uns quantos que valem a pena - sei quem são).
Thanks :) Foi óptimo mesmo!
Princesa:
Há que não desistir... Pois, por enquanto, por muito que me passe pela cabeça tal coisa, continuo sem ser capaz de o fazer. Até quando, questiono-me...
Pronúncia:
Aprender a dizer "não"... Como se faz tal coisa sem afectar os outros pelo caminho dessa aprendizagem? Talvez dependendo apenas de nós e da nossa auto-estima, presumo...
A praia estava óptima!
E obrigado por estes dias :)
forte:
Sem palavras :) Não só por esse "repescar" como pela grande parte de intervenções noutros lugares.
Não direi que és porreiro porque não quero cá confusões com os Zés, mas deixo aqui essa intenção :)
E também sem palavras por recordares o pedido e pela força :) Muito obrigado!
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