Indignação:
Agastamento em que entra repulsão e censura.
Um professor meu certa vez afirmou que a última etapa antes da desistência era a perda total da capacidade de nos indignarmos.
Gostava de não o dizer mas a verdade é que chegámos finalmente a esse ponto. Isto vai bater no fundo. Mais que um desabafo ou um sentimento é uma constatação, um facto.
E se ainda vai bater - e por consequência ainda não bateu - não é por ainda haver a oportunidade de dar a volta e recuperar o tempo perdido. Não. É simplesmente porque ainda falta caminho para lá chegar.
É um pouco como estarmos em areia movediça, em que as opções passam por nos enterrarmos mais depressa ou mais devagar...
É sempre a empurrar para o próximo.
Um gajo qualquer mente acerca do que não sabia que sabia e tudo passa gentilmente, carregado pelo vento. Encolhemos os ombros. Ridicularizamo-nos opinando que os que estão à espreita são piores e que do mal o menos...
Ninguém quer saber. Talvez seja a crise (serve para tudo mesmo...).
Faltam pessoas certas nos lugares certos.
Falta coragem.
Falta orgulho.
Falta paixão.
Nação valente?
É mais nação avestruz...
E não é que isto vem a calhar? (não gosto particularmente dos FF mas esta faixa, por algum motivo, faz-me sentido...)
16 comentários:
Isto um dia dá o berro como na Grécia. Salve-se quem puder...
Quando ali vi FF, pensei que era aquele português e já ia apagar este blogue do reader... safaste-te por pouco, como, aliás, vai acontecer com Portugal.
«só não há revolução por falta de revolucionários. motivos há de sobra.»
É como os brazucas dizem: "quando pensamos que chegamos ao fundo do poço descobrimos que ainda há o porão".
É o que digo e não me canso de repetir "no fundo já batemos há muito, agora estamos mesmo é a... escavar".
Mas, o teu prof tem toda a razão, grave é quando deixarmos de nos indignar, e olha que já faltou mais, se é que não chegamos já a esse ponto!
Pronto, marcamos o golpe de estado para que dia?
Voluntários para tratar da indumentária?
Voluntários para tratar do armamento?
Experts em arrombamento?
Experts em negociação?
Vamos a isto!
Desde há séculos que não saímos do fundo. A verdade é que o problema de facto não está naqueles que se esquecem de ser homens (e mulheres), mas sim em quem tem a faca e o queijo na mão e nada faz. Todos os anos é a mesma coisa, e repetimo-nos na indignação. Quando vêm as eleições, lá vamos nós (salvo seja) a votar na mesma merda. e depois queixamo-nos. De quê?
Opáh isto agora é confuso, só me apetece dizer ganda Noya e isso é uma piada fácil. Porque é que me aparecem os comentários por cima dos posts? E sem datas? Fico baralhado :)
Tenho passado de fugida, desculpa não te comentar mais mas o tempo tem sido pouco e ando a ver se consigo arranjar um empregozito como o do Zé, sabes aquele da PT... Isso não te indigna?
Abraço Grande Noya que já foi um grande número
Sara,
se já temos essa cultura do "cada um por si", será mesmo um salve-se quem puder... :s
Johnny,
reparei nisso assim que escrevi, mas deixei ficar para ver se alguém referenciaria isso. Confesso que esperava que fosse o Moyle :)
Espero que tenhas razão, que nos safemos...
Moyle,
só há cravos...
Catsone,
nem quero imaginar o que há para lá do porão...
Pronúnica,
eu sei que és das pessoa que mais escreve sobre isso (e que falará também, certamente). Aliás, assim que li um texto teu anterior a este fiquei com a ideia de estar a ir atrás dele :)
Maya,
expert só em votos... Serve?
Cirrus,
de quê, de facto? Pelo menos somos fiéis do princípio ao fim - sempre em queixumes...
LBJ,
o que é que me indigna? Tu arranjares ou o Zé? Já nada me indigna. Mantenho-me somente no meu caminho sem me deixar levar (é certo que mais tarde ou mais cedo me vou lixar, mas que se lixe!).
Grande não sou, mas ainda assim obrigado pelas reverências, Grande J :) Um abraço de volta.
Enviar um comentário