É certo e sabido!
Os portugueses são, por definição, vítimas. Nasce connosco. É a vida.
Assim como um alemão nasce sem o gene do humor, e o britânico sem a pigmentação necessária para o diferenciar de um urso polar, nós nascemos com o gene da vítima.
Desenganem-se aqueles que pensavam que nasciamos sem o gene do esforço, da luta ou da competência, ou que nasciamos com o gene da preguiça ou do porreirismo.
Para os saudosistas - para quem o "Antes" representa o melhor da vida - a globalização veio para rebentar com as barreiras e por consequência com as culturas próprias de cada povo. E agora com a tristeza (prometi não utilizar impropérios até ao fim do ano, portanto...) do Acordo Ortográfico é que é de bradar aos céus! Está tudo perdido.
Anda o zarolho a espalhar a Lingua por terras de temperos exóticos e anda o Pedrocas a gastar os futuros fundos comunitários a viajar feito estúpido há uns tempos atrás, quando ainda se demoravam tempos infinitos a atravessar o oceano – não é como as modernices de hoje - para ensinar uns quantos a falar bem e vêm agora uns “caras” e uns camelos (para que não haja confusões, é uma tentativa de piada ao tempo em que a margem sul era “um deserto” – vá, mais directo e perde a piada...) dizerem que “ah, não, isto de ter lá letrinhas que não são utilizadas na fala não tém jéito, não!” e deitam às urtigas a réstia de cultura que por cá temos, única e a meu ver, o mais fantástico traço de cultura e personalidade que temos, a riquíssima língua portuguesa (não é petróleo? Que se f... Lixe!).
Também não é preciso o português para nada, temos o polaco...
E onde está a vitimização no meio deste sonolento trotar de letras e palavras?
Vendo como ataque pessoal a brasileirização do português, foi encontrada a forma de contornar a questão, contando já com esta geração mais recente (que já prepara uma nova verbalização).
Já que vamos comer palavras para tornar as coisas simples e fáceis (ui! que medo de falar e escrever bem o português! Fujam! - não querem facilitar ainda mais?), porque não torná-las ainda mais simples e assim manter um traço só nosso e de mais ninguém?
E é assim que surgem as palavras “coisa” e “coiso”.
Por onde quer que ande não há quem não dispense este vocábulo tão próprio. É triste meus caros.
“Traz-me aquele coiso de morango que está no coiso grande branco que põe as coisas muito frias e que vêm mesmo a calhar para calor que está aí.
Sim, aquele coiso que quando é comido depressa faz coiso no céu da boca e faz coisinho na barriga.”
(Isto foi aleatório, mediante a parvoíce aleatória que mora no coiso que está na minha cabeça)
É impressão minha ou andamos a regredir no tempo?
Depois da ditadura, não tarda voltamos ao tempo dos macacos, comunicando por gestos e sons.
Tudo isto para escrever estas duas linhas. Não há mesmo nada de útil para fazer com o tempo...
Vou ali coiso e depois ya, tá-se bem e tal, a modos que voltar hoje não sei se volto porque sei lá! Fiquem... ya?
PS: Não sei porquê mas ou sofro de Descontextualização Precoce ou apanhei uma Vieirite (ó p’ra ele a puxar a brasa à sua coisa).
Os portugueses são, por definição, vítimas. Nasce connosco. É a vida.
Assim como um alemão nasce sem o gene do humor, e o britânico sem a pigmentação necessária para o diferenciar de um urso polar, nós nascemos com o gene da vítima.
Desenganem-se aqueles que pensavam que nasciamos sem o gene do esforço, da luta ou da competência, ou que nasciamos com o gene da preguiça ou do porreirismo.
Para os saudosistas - para quem o "Antes" representa o melhor da vida - a globalização veio para rebentar com as barreiras e por consequência com as culturas próprias de cada povo. E agora com a tristeza (prometi não utilizar impropérios até ao fim do ano, portanto...) do Acordo Ortográfico é que é de bradar aos céus! Está tudo perdido.
Anda o zarolho a espalhar a Lingua por terras de temperos exóticos e anda o Pedrocas a gastar os futuros fundos comunitários a viajar feito estúpido há uns tempos atrás, quando ainda se demoravam tempos infinitos a atravessar o oceano – não é como as modernices de hoje - para ensinar uns quantos a falar bem e vêm agora uns “caras” e uns camelos (para que não haja confusões, é uma tentativa de piada ao tempo em que a margem sul era “um deserto” – vá, mais directo e perde a piada...) dizerem que “ah, não, isto de ter lá letrinhas que não são utilizadas na fala não tém jéito, não!” e deitam às urtigas a réstia de cultura que por cá temos, única e a meu ver, o mais fantástico traço de cultura e personalidade que temos, a riquíssima língua portuguesa (não é petróleo? Que se f... Lixe!).
Também não é preciso o português para nada, temos o polaco...
E onde está a vitimização no meio deste sonolento trotar de letras e palavras?
Vendo como ataque pessoal a brasileirização do português, foi encontrada a forma de contornar a questão, contando já com esta geração mais recente (que já prepara uma nova verbalização).
Já que vamos comer palavras para tornar as coisas simples e fáceis (ui! que medo de falar e escrever bem o português! Fujam! - não querem facilitar ainda mais?), porque não torná-las ainda mais simples e assim manter um traço só nosso e de mais ninguém?
E é assim que surgem as palavras “coisa” e “coiso”.
Por onde quer que ande não há quem não dispense este vocábulo tão próprio. É triste meus caros.
“Traz-me aquele coiso de morango que está no coiso grande branco que põe as coisas muito frias e que vêm mesmo a calhar para calor que está aí.
Sim, aquele coiso que quando é comido depressa faz coiso no céu da boca e faz coisinho na barriga.”
(Isto foi aleatório, mediante a parvoíce aleatória que mora no coiso que está na minha cabeça)
É impressão minha ou andamos a regredir no tempo?
Depois da ditadura, não tarda voltamos ao tempo dos macacos, comunicando por gestos e sons.
Tudo isto para escrever estas duas linhas. Não há mesmo nada de útil para fazer com o tempo...
Vou ali coiso e depois ya, tá-se bem e tal, a modos que voltar hoje não sei se volto porque sei lá! Fiquem... ya?
PS: Não sei porquê mas ou sofro de Descontextualização Precoce ou apanhei uma Vieirite (ó p’ra ele a puxar a brasa à sua coisa).
8 comentários:
Eu já começo a achar que isto não é regressão... mas sim evolução!
Tu imagina (por exemplo) em que estado de choque deve ter ficado muita gentinha quando se passou a escrever farmácia em vez de pharmácia...
Tájaberi?
Tipo, ya, cenas, tás a ver? São coisas que tipo coiso, porque tipo, ya, por causa do coiso que tipo, escreve, tipo, coiso...
Malta que fala assim só merece uma coisa: tipo, uma marretada na cabeça, tipo, ya, tás a ver?
Estou como tu. Anda a desgraçada da Língua a tentar manter as letrinhas que tanto lhe custaram a ganhar, para agora chegar aí um "filho de uma meretriz" (também vou tentar não dizer impropérios...) de um AO (Acordo Ortográfico) e roubar-lhas... Não é justo!
O que mais gostei neste texto foi da mensagem subliminar ali do rodapé... ;)
Ginger,
refiro-me a perder qualidade de escrita (e até fala, porque há quem use as letrinhas todas) em favor de outros e em desfavor da exigência. Tudo isto no meio da parvoíce, claro está...
João,
estou a ver, ya!
Pronúncia,
lembrei-me à última da hora para provocar essa reacção :)
eh pá, tens aqui um post todo coiso :)
Moyle,
assim fico todo coiso pelo teu comentário :)
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