É certo que já não vejo notícias há algum tempo e vou apanhando uma ou outra de conversas, mas não deixo de estranhar como é possível o Haiti ter passado a ser pobre de um dia para o outro...
Mas olha que sim, foi isso mesmo. ficaram uns desgraçadinhos de um dia para o outro. mas estão a trabalhar bem porque também de um dia para o outro conseguiram diminuir em 100 mil o número de pobres :D
À parte a catástrofe do Haiti, e da tragédia humanitária a que ninguém pode ser indiferente, comento a outra parte do texto. Muita gente acha que tem a tal fórmula mágica. Eu não sei qual é e bem me esforço por entender. Mas acho que não passa por tocar no outro com uma varinha mágica, antes ser tocado pelo outro com magia. A premissa da maioria assenta na convicção de que nada têm a mudar ou a crescer, e que o "amor" transformará o outro numa sua extensão, naquilo que idealizam. Eu acho que "o" amor (as diferentes aspas são propositadas), transforma-nos, enriquece-nos e complementa-nos, fazendo do dois uma soma única, como num passe de mágica. De facto, e em relação às escolhas do ponto de vista racional, seria melhor "concentrarem-se naqueles que não precisam de grandes arranjos". Mas ninguém é perfeito, nem existem ideais reais, e amar também é aceitar e compreender os defeitos do outro - algo que não se pode fazer sem se saber fazer o mesmo connosco próprios. "Ideal" não é um outro sem falhas, é haver amor apesar das falhas, de parte a parte.
Costumo pensar muito na frase "não deves esperar que seja alguém a fazer-te feliz". É uma verdade. Mas uma só. Naturalmente que há coisas que fazemos com outrém que sozinhos não fariamos. Se for alguém que nos toque realmente, transcender-nos é quase uma certeza. É precisamente o que descreves, um complemento.
Já alguma vez tentaste mudar alguém? Eu sei que eu não. E quando esse alguém muda é porque reconhece o nosso valor para tal. E o vice-versa também se verifica. Nunca fui capaz de me impôr a nenhuma, creio que se nota nas poucas vezes que escrevo sobre isso (claro que quando digo que há uma certa superioridade é no sentido de admirar quem descrevo e não um género de submissão).
Aliás, essa transcendência, essa transformação normalmente partem de um processo inconsciente.
E sim, apesar de tudo e tanto, creio que lá bem no fundo, ainda acredito nessa "magia"...
14 comentários:
É não é?
Lembraram-se agora...
Essa é que é essa...
Noya, eles ficaram ainda mais pobres.
Tinham quase nada, o terramoto até isso lhes tirou... dá que pensar.
Mas olha que sim, foi isso mesmo. ficaram uns desgraçadinhos de um dia para o outro. mas estão a trabalhar bem porque também de um dia para o outro conseguiram diminuir em 100 mil o número de pobres :D
os haitianos sempre foram contra tudo e todos. sorte teem eles que a malta foi lá ajudá-los...é só malucos...olha que eu sei do que falo.
Ginger,
o que um terramoto faz...
Catsone,
é, não é?
Pronúncia,
dá que pensar que muito nos passa ao lado. E muito acontece que poucos se importam...
Oh Moyle, nem sei que te diga... :)
Francis,
ao ponto de quererem ser pobres? É possivel, confesso que falo sem conhecimento de causa...
À parte a catástrofe do Haiti, e da tragédia humanitária a que ninguém pode ser indiferente, comento a outra parte do texto. Muita gente acha que tem a tal fórmula mágica. Eu não sei qual é e bem me esforço por entender. Mas acho que não passa por tocar no outro com uma varinha mágica, antes ser tocado pelo outro com magia. A premissa da maioria assenta na convicção de que nada têm a mudar ou a crescer, e que o "amor" transformará o outro numa sua extensão, naquilo que idealizam. Eu acho que "o" amor (as diferentes aspas são propositadas), transforma-nos, enriquece-nos e complementa-nos, fazendo do dois uma soma única, como num passe de mágica.
De facto, e em relação às escolhas do ponto de vista racional, seria melhor "concentrarem-se naqueles que não precisam de grandes arranjos". Mas ninguém é perfeito, nem existem ideais reais, e amar também é aceitar e compreender os defeitos do outro - algo que não se pode fazer sem se saber fazer o mesmo connosco próprios. "Ideal" não é um outro sem falhas, é haver amor apesar das falhas, de parte a parte.
Concordo.
Também reparei nisso.
E escrevi sobre tal.
Princesa,
podias ter respondido no outro :)
Costumo pensar muito na frase "não deves esperar que seja alguém a fazer-te feliz". É uma verdade. Mas uma só. Naturalmente que há coisas que fazemos com outrém que sozinhos não fariamos. Se for alguém que nos toque realmente, transcender-nos é quase uma certeza. É precisamente o que descreves, um complemento.
Já alguma vez tentaste mudar alguém? Eu sei que eu não.
E quando esse alguém muda é porque reconhece o nosso valor para tal. E o vice-versa também se verifica. Nunca fui capaz de me impôr a nenhuma, creio que se nota nas poucas vezes que escrevo sobre isso (claro que quando digo que há uma certa superioridade é no sentido de admirar quem descrevo e não um género de submissão).
Aliás, essa transcendência, essa transformação normalmente partem de um processo inconsciente.
E sim, apesar de tudo e tanto, creio que lá bem no fundo, ainda acredito nessa "magia"...
Jane,
bela dica... :) (Já li. É triste mas é verdade...)
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