Caros amigos,

espero que não se encontrem muito mal.

Há demasiado tempo que não durmo convenientemente. Adormeço a muito custo - somente vencido pelo cansaço de um longo dia e de uma noite já de si pesada. - e acordo encharcado em suores vários (felizmente não cheira a cebola).
Não sei bem como vos dizer isto que me assola o pensamento constantemente, que me martela a cabeça a toda a hora, que me apunhala este mui frágil coração. Não sei, principalmente por falta de coragem e mais ainda por uma imensa vergonha.
Não consigo encarar-vos de frente, olhos nos olhos, meus amigos. Este é o meu único refúgio. É a minha ponte movediça que posso, a meu gosto e vontade, afastar de pé para que não me possam alcançar, tão somente me possam apontar o dedo. E atirarem-me pedras na tentativa de alcançarem a minha posição.
É portanto a partir deste posto que vos peço, do fundo do meu coração, as minhas mais profundas desculpas por ter vivido acima das minhas possibilidades e com isso, estar a sobrecarregar-vos com tantas medidas austeras.

É só.

PS: Acho que à boa maneira americana, vou pedir uma idemnização ao Pedro, ao José, ao Manuel, ao António e ao Aníbal pela depressão que tenho e pela incapacidade de ver/prever o futuro. 1 milhão à cabeça para me fazer sair do buraco será muito?

2 comentários:

Briseis disse...

que pena tenho de te acompanhar há tão pouco tempo...!

Cirrus disse...

Meu caro, aquilo que os portugueses sentem neste momento é um alívio muito grande por poderem contar com um governo que tem uma equidade fiscal a toda a prova. Só os mais abastados terão aumentos de impostos. Esses que ganham acima de 485 euros, esses chulos.
De resto, há que votar sempre naqueles que nos defendem, como o Partido dos Contribuintes.