"O melhor será acabar com os tribunais" - Marinho Pinto relativamente à publicação das escutas (especificamente as do jornal "Sol").


O que é afinal matéria de interesse público e o que não é? Devem estas escutas vir a público?
Por questões de julgamento popular não deve haver problema, que esse juízo já está há muito tomado (aparentemente).
E sim, compreendo essas preocupações.


Mas não será do interesse público - e não me refiro aos milhares (milhões?) que cospem para o ar o famoso (ditado popular) "são todos iguais" por tudo e por nada - saber o que andam certas pessoas a fazer com os dinheiros públicos?
É certo que as escutas colocadas à disposição de quem a elas quis ter acesso não são obra de um qualquer nobre e preocupado cidadão. É claro como água que o que está ali é somente mais uma manobra política (basta ver a selectividade das escutas...), mas ainda assim não estará naquelas conversas privadas matéria e conteúdo mais que suficientes para serem considerados de interesse público e por normal seguimento de lógica ser trazido à praça pública?


Isso coloca em causa a privacidade de cada um de nós?
Não sei. Talvez.
Não me agradaria nada que tornassem públicas conversas minhas do foro privado (e só chegariam à conclusão que para além da falta de inteligência a minha vida seria matéria mais que suficiente para não mais me quererem escutar), mas a verdade é que eu não mexo com dinheiro (muito menos milhões) dos contribuintes, não faço negócios de contornos estranhos nem influencio quem quer que seja.


Mudem-se as mentalidades! (Isto vai também para os responsáveis de comunicação que aceitam ou somente permitem que parte do todo seja veiculado...)


O que há a reter desta situação toda é a confirmação do que há muito muitos desconfiam e sobre o qual escrevem. É através destas escutas que confirmamos a Verdade. Constata-se a vergonha (se é que ainda a há) do chico-espertismo no seu melhor e a sua total impunidade e conivência.
Mas vai daí, qual é a novidade...?


Não esquecer que para além destas escutas o tempo não pára e o que realmente importa continua (e continuará) por resolver. Isso sim, está acima de todos os outros interesses públicos.




Tudo o que cheira a podre, por norma, está fora de validade. E o que é que se faz com o que passa da validade...?

3 comentários:

Cirrus disse...

Eu penso, como sabes, que esses senhores magistrados há muito tornaram a nossa Justiça num pântano, onde eles reinam a seu belo prazer. Aliás, é tipicamente português enclausurar certos mundinhos, pelos seus próprios senhores, que insistem em estar acima da Lei. Mas isso agora não interessa nada.

Se as escutas deviam ser tornadas públicas? Evidentemente que não. Estariam ainda em segredo de justiça. Se deviam tornar-se públicas mais tarde, de pois de (rapidamente) haver investigação e julgamento? Sim, claro. É para isso que existe justiça. Assim, caímos na justiça dos tribunais dos jornais e demais comunicação social. Que dão sentenças conforme precisem ou não de vender mais. Nada mais.

Moyle disse...

se uma lei é constantemente violada sem castigo, acaba-se com a lei. resolve-se uma quantidade enorme de processos pendentes.

Dylan disse...

Agora fizeste lembrar-me das escutas do "Apito Dourado". É ilegal? Eliminem-se! O conteúdo? Não importa...!