Sempre que tenho a "sorte" de ter que alterar a data das análises dá sempre no mesmo - o atendimento é tão demorado que chego a acreditar que do outro lado do guichet se está em pleno deserto, e em que a senhora tem que sair da sombra da única árvore existente ao alcance da vista para vir até ao sol abrasador atender-me...
Para dar 3 ou 4 passos parece que está a atravessar um campo de futebol... E há-de meter sempre conversa com a colega que está na conversa com outra. Desta vez foi porque o filho de uma tinha apanhado a tal gripe.
Isto para não falar na introdução de dados no computador. Aí juro a pés juntos - e que me apodreçam já aqui os dedos das mãos se não é verdade - que esse processo se passa em câmara lenta.
Se a paciência fosse um negócio, neste momento estaria a escrever, não de onde estou mas para aí das Maldivas ou algo parecido...
"Vai marcar para o Dia dos Reis?", pergunta-me.
"Pois... Para o Dia dos Antibióticos já não dá", pensei. Por acaso não pensei isso, foi mais um "que raio de pergunta parva é essa?". Infelizmente, ao contrário do habitual, não pensei alto... Saiu-me um "pois...".
Há qualquer coisa de "especial" relativamente aos guichets. O que me lembra outro episódio, ao qual assisti...
12 comentários:
Eu aprecio principalmente aquelas que estão atrás dos guichets todos em vidro, e que depois abrem uma portinholazinha para ouvir-nos. Mas quando falam, afastam-se meio metro da abertura e viram a cara para o lado. Costumo dar a volta e falar da porta...
Nunca ouviste um "não sabia que tinha que trazer o impresso XPTO?", como se, nas nossas vidinhas, tivéssemos que saber exactamente os emaranhados trâmites de um processo qq do serviço público.
Fico fo"#$% quando dizem isso... e ainda abanam a cabeça e fazem "tssstsss"!!!
E dizei a mossa que estamos numa república, lá queremos saber de reis!
Eu adorava trabalhar assim... imagina só, poder fazer TUDO em slow motion!! =')
Fazer um atendimento péssimo, e ainda assim, não perder um único cliente!! Oh joy!
E agora lembrei-me daquele sketch dos Gato Fedorento.
"Tem o impresso?
Qual impresso?
O impresso.
E o selo?
Qual selo?
O selo...
Qual selo?
O selo.
Qual selo?
O selo.
Qual selo?
O selo.
AAAAH... o selo! Qual selo?
O selo."
=D
*
Cirrus,
este é daqueles em vidro mas com um círculo aberto no meio. E não tem alternativa :)
Catsone,
ouvi e não foram poucas vezes. E quantas vezes não tive que voltar lá...?
Dizia um amigo meu em conversa que devemos ser o único país no mundo que tem "medo" de quem nos atende. E não deverá andar muito longe disso...
Ginger,
então não sei? :)
Imagino... Ainda mostravas uma cara ameaçadora e um riso sarcástico :D
13, bem verdade... até dói.
Mas também já fui muito bem atendida, poucas vezes é um facto, nem queria acreditar...
E que tal começares a reclamar, cada vez que te fazem isso?! Se mais pessoas reclamassem, talvez as coisas melhorasse... nem que fosse um bocadinho, já era bom! :)
Pronúncia,
boa pergunta. Porque não? Falta de hábito, provavelmente... Talvez as coisas mudem - como têm vindo a mudar...
é preciso passar por um conjunto de aprendizagens e cerimónias iniciáticas para se perceber o funcionamento de qualquer serviço público.
é quase uma sociedade secreta, apesar de vermos as caras dos membros. funciona por rituais e códigos. daí termos que esperar de forma aparentemente evitável. há que cumprir os preceitos quase religiosos da função.
Sobre os funcionários públicos só tenho a acrescentar isto:http://joao-cacelas.blogs.sapo.pt/168856.html
Moyle,
"esperar de forma aparentemente evitável"... É como disse à Pronúncia, não percebo porque ainda não disse nada. Talvez por hábito, talvez por não ir lá tantas vezes. Mas tenho que começar a fazê-lo, sem faltar ao respeito.
João,
pois, eu lembro-me :) (como isto anda, ainda dizem que retirei de lá ideias...)
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