Ontem num zapping tardio antes de adormecer passei num canal de filmes e não consegui obrigar-me a continuar no ritmo da mudança de canais ao ver a acção que decorria (o mauzão protegia-se do bom da fita com um bonzinho apontando-lhe uma faca). Só há dois tipos de filmes que me captam a atenção, os excelentes (que conheça) e os maus. Daqueles mesmo maus. E este tinha pinta de ser isso tudo. Mais que mau, era bera!
Eram os últimos 15 minutos e claro, o mau morreu e o bom viveu.
Sempre fui mediano (literalmente) a matemática, mas algo neste tipo de filmes leva-me a verificar que aquilo, estatisticamente falando, é uma falácia. É que os maus morrem sempre. E sempre no um-para-um final. Típico!
Ora, se bem me lembro, as probabilidades de ocorrência de "vitória" para ambos os lados é de 50% (uma casa de apostas nunca concordaria comigo, mas adiante), mas o que se verifica é que há uma esmagadora percentagem a pender para o "bom da fita". Aliás, que me lembre, não só é esmagadora, como é total (estou aqui a tentar lembrar-me do final do 'A Clockwork Orange' e até acho que aquilo corre para o lado do Alex - se bem que na realidade não é bem o mau da fita, pelo menos nesse contexto).
Se há coisa que detesto é viver na ilusão, e a verdade é que no mundo real os bons não ganham sempre, bem pelo contrário, pois tal como reza a música, 'Only the good die young'...
12 comentários:
Acho que vi uma vez um filme em que o mau é que ganhava, mas depois confirmo-te melhor isso.
Mas, aqui entre nós, eu sou como tu. Adoro filmes geniais e filmes que são tão maus, tão maus, que encerram em si próprios uma espécie de "aura", que me levam a ter vontade de os ver.
Ainda há dias, vi um dos épicos do Steven Seagal e gostei, de tão mau que aquilo é. É masoquismo, eu sei, mas coiso...
Quanto à questão dos happy endings...eu tenho um sonho parvo que era escrever pelo menos um argumento na vida, e mandá-lo sob pseudónimo para todo o lado e mais algum (tipo atirar o barro à parede, a ver se pega), em que tudo o que é bonzinho morre e o mal triunfará! Hahahaaaaa (riso maléfico, nº 21).
Bom começo de semana para ti.
O Hannibal safa-se :)
Estás a precisar de uma boa ensaboadela nos filmes do Kubrik. Quem é mau e quem é bom no Full Metal Jacket ou no 2001?
Então e no Apocalipse Now?
João,
eu acho que é um pouco como o fascínio do abismo :)
Podes sempre começar por escrever no teu blogue (uma espécie de aparte...).
Uma boa semana para ti.
Rose,
é certo! Mas torces por quem? No fundo, no fundo, ninguém consegue encarar o Hannibal como o mau :)
Cirrus,
eh pá, perguntas complicadas... Mas quem me manda escrever sobre isto? :)
Não posso falar muito no Full Metal Jacket porque já o vi há muito tempo e não me recordo muito bem. Creio que o Bodine vai até ao fim, certo?
E aquilo é um filme de guerra, é normal que morram sempre alguns... (E vou confessar-te aqui em primeira mão, nunca viu o Odisseia no ESpaço... :s).
Quanto ao Apocalipse Now, aquilo era um bando de bêbados e drogados, só podia correr mal :)
PS: Destruíste o espírito da coisa ao meteres filmes de culto :)
good guys finish last. é sempre assim.
já eu nem sou bom nem mau, muito pelo contrário, pelo que acalento a esperança de vir a ser eterno:)
Está bem, pronto. Quem fica de pé no fim do "O Bom, o Mau e o Vilão"?
;)
Moyle,
estás como o outro, "nem bem nem mal, antes pelo contrário".
É um bom objectivo :)
Cirrus,
o Bom e o Vilão...
Realmente esses teus 50-50 nunca seriam aceites numa casa de apostas... e na vida real muito menos.
Não preciso de te dar exemplos reais em que os maus se safam e os bons se lixam, pois, não?!
:)
Pronúncia,
pois...
Se fossemos a pegar nos "artistas" que eu já apontei aqui e nos que tu apontaste daria o quê? 90-10 para os "maus"?
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