Já não há pachorra.

E após ISTO, eis não só a confirmação mas também a confirmação de que isto vai de mal a pior...

A entrevista (Expresso) do Arcebispo José Sobrinho, que excomungou a mãe da menina brasileira de 9 anos que foi violada pelo padrasto e os 15 clinicos que praticaram o aborto.

"Gosto" especialmente do uso da Lei de Deus.
Continuem a ser homens de Deus, mas não usem o nome Dele em vão... Se faz favor.

"O que o levou a actuar desta forma? Conhecia a menina e a família?
Esta menina que engravidou depois de violação apenas com nove anos vivia numa outra diocese, de Pesqueira, no interior do estado de Pernambuco. Foi acompanhada sobretudo pelo pároco da sua pequena localidade, chamada Alagoinhas. Por estar grávida, foi transportada aqui para a capital, Recife, e internada no hospital. Aí a direcção do hospital estava a fazer tudo para salvar a vida da mãe e dos dois bebes. E esse hospital declarou que não iria praticar o aborto. Então, quando estávamos a acompanhar o caso, fomos informados que um grupo de mulheres chamadas feministas chegaram de surpresa a esse hospital e convenceram a mãe da menina a tranferi-la para outro hospital onde seria feito aborto.

Como teve conhecimento de todo este caso?
Porque o bispo de Pesqueiras andava acompanhando esta situação, assim como o padre de Alagoinhas e pediu que aqui na arquidiocese e junto dos advogados católicos fizessemos todos os esforços para impedir que o aborto se realizasse. Então, eu fiz o que podia. Entrei em contacto com o director do hospital, que me garantiu que iria suspender qualquer medida médica para preparar o aborto. Procurei também uma audiência com a superintendente da Justiça de Permanunco, que também me garantiu que usaria todos os meios para impedir o aborto. Eu queria salvar as três vidas. E fui apanhado de surpresa quando, um pouco clandestinamente, a menina foi levada para outro hospital para fazer o aborto.

Chegou a encontrar-se com a mãe e com a menina?
O contacto imediato foi sempre feito pelo sacerdote. Aqui, em Recife, tentei chegar à fala com a mãe para a tentar convencer, mas quando estava nesta tentativa, recebemos a notícia de que já tinha saído do hospital, sem deixar qualquer endereço. Induzida por essas chamadas feministas que defendem o aborto.

O hospital onde foi feito o aborto alega que a menina corria risco de vida?
Esses dizem que havia risco de vida, mas outros médicos, muito competentes dizem que não. Havia a probabilidade de salvar as três vidas, havia a possibilidade de fazer uma cesariana no sexto mês de gravidez. Nunca é lícito eliminar duas vidas inocentes para salvar outra vida. Nós estamos proclamando a lei de Deus, a doutrina da Igreja que é a lei natural, o quinto mandamento que diz "não matarás". A lei de Deus está acima de todas as outras. Recordamos sempre o exemplo extraordinário de Gianna Beretta Mola, médica italiana grávida e que preferiu morrer de parto. E foi canonizada por João Paulo II porque aceitou a morte para salvar a sua filha.

Mas trata-se aqui de uma menina pequena, vítima de violação.
A mãe é tão criança como os filhos!A violação do padrasto é, também, um crime gravíssimo. A Igreja também o condena. Mas não se pode dizer que se justifica eliminar a vida de dois inocentes.
Esperava esta chuva de críticas, até do Presidente da República?

Sugeriria ao Presidente da República que antes de falar sobre estes assuntos, consultasse algum teólogo. Há uma coincidência interessante. Há um ano, o papa Bento XVI recebeu o embaixador do Brasil junto da Santa Sé, a quem pediu para usar todos os meios para salvar a vida do embrião. É um princípio que a Igreja sempre defendeu. Há agora aqui leis que permitem o aborto em certas circunstâncias. Como católicos temos de continuar a proclamar a lei de Deus.

Não lhe surpreenderam as críticas?T
enho recebido muitas mensagens de apoio. Sobretudo o perfeito da congregação dos bipos, o cardeal Re, aprovou a minha atitude. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil também já fez uma declaração. Médicos católicos, vários me telefonaram a dizer que não fariam isso porque havia probabilidade de salvar todas as vidas. Tenho também recebido mensagens até do exterior, alguns insultos graves mas há uma infinidade de mensagens aprovando o que fiz. Gostaria de deixar bem claro: eu não excomunguei nínguem! Simplesmente mencionei o que está escrito no código de direito canónico. O artigo 1398 diz o seguinte: quem comete o aborto incorre automaticamente na excomunhão. Não fui eu que excomunguei. Foi a lei da Igreja.

Então esta mãe e este médicos não podem voltar à Igreja?
Como diz o código de direito canónico, esta é uma medida terapeutica. A Igreja procura a salvação de todos, mas ao aplicar esta penalidade a finalidade é que as pessoas que erraram se convertam. A Igreja não condena ninguém para a eternidade. Quero é despertar consciências, esperando que se arrependam. Não existe pecado sem perdão para aqueles que se arrependem. No mundo há 50 milhões de abortos, no Brasil um milhão. Não podemos ficar no silêncio. O mundo inteiro continua a condenar o holocausto que matou seis milhões de judeus, Eu digo: existe um holocausto silencioso que é o aborto e a Igreja não pode ficar silêncio.

Para si, é condição para que esta mãe e estes médicos regressem à Igreja, que se arrependam?Claro. A porta está sempre aberta. Arrepender significa mudar de procedimento. Qualquer pessoa, mesmo o maior criminoso, se se arrepender a Igreja estará de braços abertos para o receber.

Já por mais vezes, excomungou fiéis?
Eu diariamente tenho um programa na Rádio Católico, que é uma espécie de catequese, divulgando a doutrina oficial da Igreja. Nós estamos continuamente mostrando ao povo o que é viver na lei de Deus. A nossa igreja continua sempre pregando a lei de Deus. Mas nunca chamei a atenção para nenhum caso concreto. Não houve assim um caso tão clamoroso como este. Que foi muito mediatizado. Vieram logo os jornalistas entrevistar-me e eu lembrei que perante isto a lei da Igreja implica a excomunhão.

Que não envolve a menina?
Claro. As penalidades da Igreja são para os adultos. A Igreja é mãe, é misercordiosa. Mas não pode aprovar uma situação assim. É contrária à lei de Deus.

Porque não excomunga, também o padrasto?
Não deve ele ser afastado da vida da Igreja?A Igreja continua a afirmar que a violação, como a pedofilia, o adultério ou o concubinato são pecados gravíssimos. Na legislação da Igreja, não se achou oportuno para cada um desses pecados determinar a excomunhão latus sentenciae, isto é automática. Isto não quer dizer que a Igreja que os considere pecados lícitos. Por exemplo, há pecados gravíssimos como o homicídio. Se um adulto matar outro adulto no meio da rua, não será excomungado, o que não quer dizer que não tenha cometido um pecado grave. A Igreja reduziu a aplicação da excomunhão a pecados tão graves como o aborto, que precisam de alertar consciência dos católicos. Quem estudar o catecismo da Igreja católica, percebe isto. É importante nesta sociedade actual, que é uma sociedade mista, com as pessoas que não são católicas e que acham que a lei civil confere direitos em relação à lei de Deus. A lei de Deus está acima de tudo. Uma lei, em qualquer país que seja, que aprove o aborto é uma iniquidade. Temos de proclamar isto."

Bom fim-de-semana.

3 comentários:

Ginger disse...

Por essas e por outras é que encontrei o meu caminho noutra religião... :)

A Deus católico it's a REAL PAIN IN THE ASS!!! :s

Se bem que nem acredito no Deus católico... mas isso é outra história... *.*

Maria...ia disse...

O Deus "católico" é, na sua essência, o mesmo para todas as religiões. A religião é inerente ao ser humano, e como tal, este faz dela o que bem lhe aprouver, incluindo manipulação. Antes de falarem em "Deus", católico ou não, whatever... Olhem para si mesmos.

;)

Ginger disse...

Simplesmente... devemos ser livres, sem "leis" castrativas, limitativas e acima de tudo, machistas.

Não pretendi referir-me ao "deus católico" exactamente... mas mais precisamente à igreja católica.